OVOS, ALBUMINA E MUITAS POLÊMICAS – PARTE 5

Fala rapaziada! Vou continuar de onde paramos no último capítulo ok? E na sequência falaremos sobre a albumina.

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III- POSSÍVEL SOLUÇÃO: OVOS PASTEURIZADOS
O que seria esse ovo exatamente? Na verdade são claras que passaram por um processo de pasteurização, que consiste no aquecimento do produto até uma temperatura de 70°C, mais ou menos, por alguns segundos. Tal prática serve para matar possíveis microorganismos presentes no alimento, entre eles, a salmonela. O principal consumidor desses ovos é a indústria (panificadoras, docerias, etc.), mas com alguma sorte você conseguirá encontrá-los em certos hipermercados.
São vendidos em caixas, semelhantes ao leite, e contêm algo como 30 claras em 1L de produto. O maior problema aqui é que ele precisa ser conservado o tempo todo sob refrigeração, pois pode estragar. Além disso, o prazo de validade do produto fechado é de 7 dias, ou de 24hrs após aberto, o que pode se tornar um verdadeiro empecilho... Conheço gente que toma a mesma caixa por até 3 dias, mas acho que não vale o risco. Minha proposta é que você abra uma caixa no café da manhã e a termine no café do dia seguinte.
Os preços giram em torno de 4-7 reais, mas acredito que vale a pena o investimento: você estará consumindo claras na forma líquida, ou seja, não vai depender do seu apetite para comê-las, e tudo isso sem risco de contrair alguma intoxicação alimentar. Além disso, você não estará desperdiçando dinheiro ao jogar as gemas fora, que no caso de uma caixa do produto, seriam 30!
(vou ficar devendo uma foto do produto já que não quero fazer propaganda gratuita de nenhuma empresa... Usarei essa então:)

Se mesmo assim não conseguir se adaptar, saiba que existe uma última solução: a albumina em pó...

5. TUDO SOBRE A SUPLEMENTAÇÃO COM ALBUMINA.

A. SOBRE O PRODUTO

Albumina é um tipo de proteína hidrossolúvel, que se torna insolúvel após sofrer processo de desnaturação. Ela é abundante no nosso sangue (seroalbumina), no leite (lactoalbumina) e no ovo (ovoalbumina). Obviamente, trataremos exclusivamente sobre esta última no presente estudo.

Acredito que, antes de qualquer coisa, você precisa saber que o suplemento vendido como albumina, nada mais é do que a clara do ovo que sofreu um processo de desidratação, até virar pó. Esse processo é ótimo pois estende a validade do produto por um ano, não requer refrigeração e também mata possíveis bactérias existentes no alimento. A título de curiosidade, para se fazer 1kg de albumina, utilizam-se, aproximadamente, 250 ovos ou 8 litros de claras líquidas! Ou seja, 1kg do produto corresponde a 1kg de claras em pó, que perderam 7 litros de água no processo de desidratação.

OBSERVAÇÃO: esses valores podem variar de acordo com a pureza da mercadoria, haja vista que muitas empresas adicionam algum tipo de carbo, como a maltodextrina, por exemplo, de maneira que em “1kg de albumina”, teremos, na verdade, uns 80% dela. (Se a empresa for de picaretas, o que não é raro, é bem, capaz de você achar um produto com 40% de pureza, apesar de o rótulo dizer o contrário...).

Por muitos anos, bem antes do surgimento do whey protein, a albumina era o carro chefe da suplementação hiperproteica. Querida por muitos, protagonizava os shakes do pessoal da maromba. Porém, lá pelos anos 90, surgiu o Whey e nossa amiga foi impiedosamente desbancada de seu próprio trono, uma vez que essa proteína do leite mostrava-se como a de mais rápida assimilação, fato importantíssimo para a quebra do jejum e reparação pós-treino, além de ser mais rica em aminoácidos. Sendo assim, a albumina foi deixada em segundo plano, o que considero um erro.


Uma das principais diferenças entre esses suplementos, como disse, é o tempo de absorção da proteína ingerida. Não quero entrar muito em detalhes, uma vez que em breve estudaremos tudo sobre o whey protein, mas para que você tenha uma noção, ele é absorvido entre 10 e 90 minutos pelo organismo, variando de acordo com o tipo do produto (concentrado ou isolado – hidrolisado, microfiltrado). Já a albumina demora algo como 1,5 – 2,5 horas. Entendeu a diferença? O whey é aproveitado muito mais rápido, e isso poderá fazer toda a diferença, segundo muitos, na sua recuperação pós-treino. 

No entanto, essa rapidez de absorção da proteína do leite pode se mostrar uma tremenda desvantagem quando o assunto for “suplementação antes de dormir”. Neste momento, a albumina mostra-se superior, já que mantém a liberação de aminoácidos na corrente sanguínea por muito mais tempo, reduzindo, assim, parte do catabolismo que ocorre durante o sono.

Albumina
Acredita-se que a melhor pedida de suplementação para este horário seja a caseína, outra proteína presente no leite (para quem não sabe, o leite tem a composição de 80% de caseína e 20% de whey). Ela tem uma absorção muito lenta, podendo durar por mais de 4 horas, já li estudos, inclusive, que dizem durar 7 horas. Mas o maior problema da caseína, no Brasil, é que ela é extremamente cara, o que é um absurdo já que a indústria teria uma sobra de 80% de matéria-prima, não justificando tais preços abusivos. Enfim, não recomendo que se compre justamente por conta dessas práticas, preferindo, assim, a albumina, que tem o melhor custo benefício de todo esse cenário.

Para encerrar, a suplementação com a proteína do ovo é ótima para marombeiros pois possui altíssimo valor biológico, contém todos os aminoácidos essenciais, com destaque para a leucina, importantíssima para manutenção de massa muscular. Além disso, ainda contém ácido aspártico (importante na gliconeogênese), arginina (boa para a questão do NO2) e ácido glutâmico, entre outros importantes aminos. Por fim, ainda fornece vitaminas e minerais como vimos nos capítulos anteriores.

Hoje ficaremos por aqui. No próximo capítulo, encerraremos a série e falaremos sobre as dosagens e os efeitos colaterais da albumina. Até lá!


ATENÇÃO: Essa série contém 6 partes. Continue a leitura acessando: 
- parte1: ovos – as maiores vítimas da hipocrisia alimentar humana;
parte 2: tudo sobre ovos: composição, nutrientes, tipos, compra e armazenamento; 
- parte3: sobre o colesterol e suas polêmicas;
- parte4: sobre o polêmico consumo de ovos crus;
- parte5: ovos pasteurizados e albumina;
parte 6: suplementação com albumina.


FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP


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